sábado, 27 de outubro de 2012

Heresias Neo pentecostais



 


IMPLICAÇÕES PRÁTICAS DE SE CRÊ NA DOUTRINA DA CONFISSÃO POSITIVA

Citaremos algumas implicações preocupantes que comprovam a periculosidade desta doutrina para os cristãos menos desavisados:


1 – A Doutrina da confissão positiva aniquila a Soberania de Deus.

Deus não depende das palavras dos homens para agir. Deus é e sempre será Soberano. Soberania é o atri buto pelo qual Deus possui completa autoridade sobre todas as coisas criadas, determinando-lhe o fim que desejar (Gn 14:19; Ne 9:6; Ex 18:11; Dt 10:14-17; I Cr 29:11; II Cr 20:6; Jr 27:5; At 17:24-26; Jd 4; Sl 22:28; 47:2,3,8; 50:10-12; 95:3-5; 135:5; 145:11-13; Ap.19:6).
Já imaginou um Deus que depende do homem para agir? Com certeza Ele entraria em enrascada se estivesse sujeito às oscilações da vontade humana. Eu mesmo não queria um Deus desse tipo. Prefiro o Deus da Bíblia que “tudo faz como lhe apraz”. (Sl 115:3).

2 – A Doutrina da confissão positiva enaltece o homem.

Quando entendemos biblicamente quem na realidade é o homem, ficamos sobremaneira conscientes de nossas falhas e limitações. Quanto mais a confissão Positiva enaltece o homem, mais eu vejo o seu erro. A Bíblia nos mostra claramente que o homem nada é comparado ao Senhor nosso Deus.
A Bíblia retrata como na verdade é o homem (Ezequiel 16:4-5; Is 1:6 Rm 3:10-18; Sal 51:5; 58:3; Is 48:8; João 5:40; Rm 1:28; 3:11, 18; II Pedro 3:5; Rm 8:8; Jr 13:23; João 6:44-45; Rm 8:6-8; Ef 4:18; Rm 1:21; Jr 17:9).

3 – A Doutrina da confissão positiva dá mais valor a palavra falada do que às Escrituras.

Onde fica a luta de reformadores como Lutero? Muitos foram aqueles que lutaram para que hoje tivéssemos a Palavra de Deus em nossas mãos. Muito sangue foi derramado para que pudéssemos ler às Escrituras sem a interferência da vontade humana. Onde fica o princípio da “Sola Scriptura”? A Bíblia deixou de ser relevante para as nossas vidas? Creio firmemente que não e os textos bíblicos confirmam isso - Sl 19:7-11; Sl 119; Jo 5:39; Rm 15:4; II Tm 3:16-17.
Amado irmão, se precisássemos apenas falar e declarar para que as circunstâncias adversas fossem resolvidas e vivêssemos rica e abundantemente sem problemas, então porquê a Bíblia dá tanta ênfase a suportar o sofrimento? Se Paulo tivesse o poder de parar de sofrer decretando, então como foi que ele teve que ficar com o espinho na carne? Deixemos de incoerência e vivamos a verdade da Palavra do Senhor!
“Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte”. II Co 12:10.

4 – A Doutrina da confissão positiva dá um conceito simplista da fé cristã.

O evangelho de Cristo é o evangelho da cruz, da renúncia, do arrependimento, do nascer de novo. O cristianismo de hoje é um cristianismo sem cruz, sem sacrifícios. Gosto de dizer que é o “evangelho boa vida”, evangelho “não-faça-nada-e-ganhe-tudo”. Esse não é o evangelho de Cristo. Basta vermos alguns textos para comprovar o que estou dizendo – Jo 3; Mt 16:24; Mc 8:34; Lc 9:23; Gl 6:12; Mt 3:8; Lc 5:32; II Pd 3:9, etc.

5 – A Doutrina da confissão positiva não tem o respaldo na História da Igreja.

Fico imaginando Lutero ou Calvino orando da seguinte maneira: “Eu decreto que a partir de hoje o papado vai morrer, reivindico que todos os inimigos do evangelho sejam transportados para o inferno. Declaro explicitamente que não mais haverá mais heresias e que os inimigos da cruz de Cristo vão desaparecer da face da terra. Está decretado em nome de Jesus!”
Essa oração nunca aconteceu. Dentro da História da Igreja não se tem notícia de coisas absurdas como essa. Será que todos os grandes homens de Deus estavam enganados a respeito de sua fé? Quando examinamos biografias diversas dos homens de Deus, seja de quem for, notamos uma única nota coerente em todos: Verdadeira humildade. Todos foram humildes em afirmar a soberania de Deus e a fraqueza do homem. Agora, o homem quer mandar em Deus? Meus amados somos servos e não senhores. E basta para nós sermos apenas servos.
 
Conclusão: Estude a Palavra e não fique por ai repetindo, como papagaio, aquilo que você escuta na televisão. É muito fácil pregar heresias. É muito prático dizer um “abracadabra” evangélico para que tudo se resolva. Difícil é estudar com afinco às Escrituras, passar horas debruçado sobre as páginas santas desse livro. Buscar de Deus o verdadeiro sentido da vida, entender às verdades centrais desse livro, no entanto, é salutar.
Como a Igreja do Senhor está precisando de bereanos hoje em dia. Você quer ser um deles? Oxalá que sim! Deus o abençoe.
 
SOLI DEO GLORIA NUNC ET SEMPER
 
 
NOTAS:
(1) A Sedução do Cristianismo, pg 268.
(2) Retirado da Internet - http://br.geocities.com/ipnatal
(3) Revista Eclésia, Ano V, Nº 67, Junho de 2001, pg 26.
(4) A paz Interior, pg 14-15, 8 a . edição, Record, Rio de Janeiro - 1979.
(5) Linhares, Pg. 16, 18.
(6) Somos Deuses? P. 28
(7) Bíblia de Genebra, p.732



Sobre o autor: O Pr. Antônio Pereira da Costa Júnior, nasceu em Esperança – PB. Co-Pastor da 1ª. Igreja Congregacional em St a Cruz do Capibaribe – PE. Faz parte do quadro de ministros da AIECB (Aliança das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil). Casado com Esther Monteiro da Costa, e Pai de Rachêl Hellen Monteiro da Costa. Palestrante e pesquisador na área de Apologética em geral, Técnico Agrícola pela UEPB e  Bacharel em Teologia pelo STEC (Seminário Teológico Evangélico Congregacional). E fez um curso de Apologética por extensão pelo ICP (Instituto Cristão de Pesquisas). Faz Especialização em Teologia Bíblica pelo SPN – Extensão Campina Grande. E-mail: juniorapologista@yahoo.com.br





O QUE É O G.12



Pr. Paulo Romeiro
Uma das características de grande parte da Igreja Evangélica Brasileira é a sua avidez por novidades. Vários segmentos evangélicos não se contentam mais com a antiga doutrina pregada pelos apóstolos e pais da Igreja — mais tarde defendida pelos Reformadores — e vivem numa busca constante de novidades e modismos doutrinários. Nos últimos anos, vimos vários ensinos e práticas controvertidos invadirem os púlpitos e infestarem a mídia evangélica, tais como: quebra de “maldições hereditárias”, “cura interior”, “confissão positiva”, “espíritos territoriais”, “mapeamento espiritual”, cultos de “libertação”, “galacionismo” (a tentativa de levar a Igreja à práticas e ensinos do Velho Testamento, como a guarda do Sábado e das festas de Israel), dentre muitos outros. 
Uma das últimas novidades a invadir o arraial evangélico brasileiro chegou da Colômbia. Denominado G 12 (Grupo 12), esse é um movimento que propõe o crescimento das igrejas através de células, com reuniões nas casas. O principal protagonista do G 12 é César Castellanos Domínguez, líder da Missão Carismática Internacional, com sede em Bogotá. Entre 1989 e 1990, sua esposa Cláudia (com quem se casou em 1976) envolveu-se com a política, sendo candidata à presidência daquele país, ficando em quinto lugar no número de votos. Mais tarde, ela conseguiu eleger-se senadora. O casal tem quatro filhas: Joana, Lorena, Manuela e Sara Ximena.
Castellanos conta que depois de sua experiência com Cristo e de trabalhar como evangelista nas ruas de Bogotá, teve a oportunidade de pastorear pequenas igrejas, durante nove anos de ministério. A última delas só tinha 30 membros quando ali chegou, alcançando dentro de um ano, o número de 120 membros. Insatisfeito com os resultados conseguidos nessa igreja, ele renunciou ao pastorado.
Em fevereiro de 1983, enquanto passava férias numa praia colombiana, diz ter tido uma experiência com Deus, que o chamava para pastorear. No mês seguinte, iniciou na sala de sua casa a Missão Carismática Internacional, com apenas oito pessoas. Traçou depois um alvo para atingir o número de 200 membros. O líder colombiano confessa que foi grandemente influenciado por David (Paul) Yonggi Cho, da Coréia, que já vinha adotando por várias décadas o sistema de crescimento de igreja em células (também chamado de grupos familiares). Atualmente são muitos milhares que formam a família da igreja na Colômbia. Para o final de 1997, a meta de Castellanos era ter 30 mil células e 100 mil grupos. No ano 2000, seu alvo é ter um milhão de membros. Já pensou?
Já existem no Brasil várias pessoas e ministérios que abraçaram a visão de César Castellanos. Os que mais se destacam são Valnice Milhomens, muito conhecida pelos seus programas de TV, e Renê Terra Nova, líder da Primeira Igreja Batista da Restauração, em Manaus. A exemplo de Valnice, Renê já pertenceu também à Convenção Batista Brasileira. Valnice explica sua ligação com a Colômbia:
Tendo a convicção de que o modelo de Bogotá era a base para o modelo que Deus tem para nós, temos retornado às convenções para beber da fonte. Cremos que Deus deu ao Pr. César Castellanos o modelo dos doze que há de revolucionar a igreja do próximo milênio, pelo que o abraçamos inteiramente, colocando-nos sob sua cobertura espiritual dentro dessa visão revolucionária, fundada na Palavra de Deus. Tendo sido ungida como um de seus doze internacionais, estamos, como igreja, comprometidos em viver essa visão.1
POR QUE G 12?
César Castellanos explica porquê:
Pedi a direção do Senhor, e Ele prometeu dar-me a capacidade de preparar a liderança em menos tempo. Pouco depois abriu um véu em minha mente, dando-me entendimento em algumas áreas das Escrituras, e perguntou-me: 'Quantas pessoas Jesus treinou?' Começou desta maneira a mostrar-me o revolucionário modelo da multiplicação através dos doze. Jesus não escolheu onze nem treze, mas sim doze.2
Outros exemplos bíblicos são citados, como as 12 pedras no peitoral do sacerdote (Êx 28.29); também com 12 pessoas Jesus alimentou as multidões. Para reforçar o argumento de Castellanos, Valnice acrescenta:
Podemos notar que o número doze, nas Escrituras, é o número de autoridade e governo... O dia tem 24 horas, que são dois tempos de doze. Cada ano tem doze meses. O relógio não pode ser de 11 ou de 13 horas. Deve ser de doze horas, para que possamos administrar o tempo. Não foi um capricho de Jesus escolher doze homens. Ele sabia que estava ali a plenitude do ministério. Os fundamentos requeriam doze apóstolos.3
Penso que não há necessidade de se criar uma aura mística ao redor do número doze, pois há outros números na Bíblia que também despertam a atenção. Pense, por exemplo, no número três. Três é o número da Trindade. Três foram os presentes que os magos do Oriente ofertaram a Jesus. Três foram os principais patriarcas: Abraão, Isaque e Jacó. Três foi o número dos discípulos mais íntimos de Jesus: Pedro, Tiago e João. O número sete também é bastante sugestivo. Em sete dias Deus fez o mundo. Durante sete dias, o povo de Israel marchou em volta da cidade de Jericó, até conquistá-la. Instruído por Eliseu, Naamã mergulhou sete vezes no rio Jordão para ser curado de lepra. Sete foi o número dos diáconos escolhidos pelos apóstolos (Atos 6.5). Sete foram também as igrejas do Apocalipse. Agora, pense no número 40. Por 40 o povo de Israel peregrinou no deserto. Moisés esteve no monte durante 40 dias, jejuando e orando na presença de Deus. Jesus jejuou 40 dias no deserto, por ocasião de sua tentação.
COMO FUNCIONA O G 12
A igreja se divide em pequenos grupos denominados células. As pessoas são evangelizadas através das células, das reuniões na igreja ou de eventos evangelísticos. Depois de evangelizadas, começa o processo de consolidação. O novo adepto responderá um questionário chamado mapeamento espiritual, com uma grande variedade de perguntas sobre o passado da pessoa e de seus familiares. Algumas perguntas são bastante constrangedoras. Tal questionário vai dar ao líder da célula ou ao discipulador uma visão da jornada espiritual do novo discípulo. Em seguida, ele será levado a participar da célula, passando a construir novos relacionamentos.
Após esse processo inicial, a pessoa é estimulada (e muito) a passar pelos seguintes estágios:
1. Pré Encontro: Constituído de quatro palestras preparatórias para o encontro de três dias. Nessa fase, o discípulo recebe orientações sobre a Igreja, o senhorio de Cristo, mordomia e batismo.
2. Encontro: Um retiro espiritual de três dias, onde a pessoa receberá ministração nas áreas de arrependimento, perdão, quebra de maldições, libertação, cura interior, batismo no Espírito Santo e a visão da igreja. Cerca de 100 pessoas (jovens, mulheres, homens e crianças) são separadas um ou dois meses após a sua entrega na igreja e são levadas a um lugar distante do contexto familiar para serem ministradas. Para César Castellanos, o encontro equivale a todo um ano de assistência fiel à igreja.4
3. Pós Encontro: Quatro palestras para consolidação das vitórias alcançadas no Encontro.
4. Escola de Líderes: Formação em três estágios de três meses cada, para se tornar líder de célula e de grupo de doze.
5. Envio: Quando alguém começa uma célula de evangelismo a partir de três pessoas, tornando-se líder de célula. Depois de sua célula consolidada, ele começa a formação do seu grupo de doze para discipulado, tornando-se líder de doze. Consolidado seu grupo de 12, ele estimula a cada um a formar seu grupo de doze. Surge então o líder de 144, e assim por diante.
PRÁTICAS QUE PREOCUPAM
Não há nada de errado em dividir a igreja em células ou grupos familiares para reuniões nos lares ou outros locais. Muitas igrejas ao redor do mundo têm feito isso e até com bons resultados. Dependendo da região ou da cultura onde se aplica o processo, pode ser uma boa idéia ou não. Creio que um dos fatores que muito contribuiu para o crescimento da Assembléia de Deus no Brasil foi o culto doméstico. Lembro-me de que quando me converti na Assembléia de Deus de São José dos Campos, SP, em 1971, o culto doméstico era uma parte importante da programação da igreja. Eu mesmo participei intensamente de tais programações. As reuniões nos lares eram usadas para a evangelização dos perdidos e para a edificação dos crentes. Não havia aberrações doutrinárias.
Um dos problemas em relação ao G 12 é a inserção de práticas, conceitos e ensinos nada bíblicos, tais como quebra de maldições hereditárias, cura interior, mapeamento espiritual, escrever os pecados em pedaços de papel e queimá-los na fogueira, revelações extrabíblicas e outros. No meu livro Evangélicos em Crise (Editora Mundo Cristão), tratei, de forma abrangente, de algumas dessas aberrações.
Outra coisa intrigante é a proibição taxativa de se relatar o que se passa nos encontros. Conversei com várias pessoas que participaram e elas me falaram que a única coisa que poderiam dizer do encontro é: “o encontro é tremendo”. Observe uma das normas do Encontro: “Não se pode mencionar muitas coisas sobre o Encontro, porque o mesmo trás consigo muitas surpresas e todos os seus participantes comprometem-se a não revelar absolutamente nada do que receberam lá”.5
Acho isso realmente muito estranho. Ora, quando alguém recebe bênçãos de Deus, quando Deus faz uma grande obra numa pessoa ou no meio de um povo, o mais natural e bíblico é dar testemunho, é contar o que Deus fez. Tal proibição não tem base bíblica. Ao contrário. Observe a declaração de Jesus diante do sumo sacerdote: “Respondeu-lhe Jesus: Eu falei abertamente ao mundo; sempre ensinei nas sinagogas e no templo, onde todos os judeus se reúnem. Nada disse em segredo” (João 18.20). Paulo escreveu a Timóteo: “E as coisas que me ouviu dizer na presença de muitas testemunhas, confie a homens fiéis que sejam também capazes de ensinar a outros” (2 Timóteo 2.2). Portanto, não há por que ficar escondendo informações dos demais. Isso mais parece “maçonaria evangélica”.
O G 12 assume também uma postura exclusivista. Ele é apresentado como a única tábua de salvação para a igreja, o último movimento de Deus na terra, a única solução para a salvação das almas. É apresentado ainda como a restauração da Igreja segundo o seu modelo original no livro de Atos dos Apóstolos. David Kornfield, da Sepal, declarou:
Notamos que Deus está produzindo um novo mover do Seu Espírito no seio da Igreja brasileira, à medida que nos aproximamos de um novo milênio. Esse mover do Espírito é tão grande que algumas pessoas o entendem como uma Segunda Reforma. A primeira reforma, deflagrada por Martinho Lutero, tinha a ver com a justificação pela fé e com a salvação individual. A Segunda Reforma celebra e desenvolve a alegria de sermos salvos a nível coletivo; salvos para, reciprocamente, vivenciarmos a alegria da vida em Cristo.6
César Castellanos confirma tal exclusivismo ao declarar:
A frutificação neste milênio será tão incalculável, que a colheita só poderá ser alcançada por aquelas igrejas que tenham entrado na visão celular. Não há alternativa: a igreja celular é a igreja do século XXI.7
Nem certos movimentos e líderes de Deus no passado escapam dos ataques do G 12. Valnice Milhomens denomina a Igreja da época do imperador romano, Constantino, de “igreja política”, dizendo que Constantino relegou oficialmente o vinho novo aos odres velhos das catedrais. Sobre a Igreja Reformada, ela diz que Lutero reformou o vinho (teologia), mas o derramou novamente nos odres velhos. Para ela, o movimento de avivamento procurou reavivar o vinho dentro dos odres velhos. Os pentecostais e os carismáticos derramaram o vinho do Espírito Santo dentro dos odres velhos. Quanto a Igreja em Células, sua opinião é de que Deus está recriando modelos de comunidade de odres novos que preservem o vinho novo em odres novos.8
Não é a primeira vez que um surge um grupo ou movimento religioso dizendo ser a única e última solução de Deus para o mundo. Não vou mencionar aqui as diversas seitas que já fizeram isso. Mesmo dentro do mundo evangélico, já surgiram vários grupos agindo da mesma forma. Lembro-me de quando morei nos Estados Unidos, estava em voga o Shepherding Movement (Movimento do Pastoreio), que ensinava um forma de discipulado onde cada novo membro no grupo tinha um líder espiritual, um discipulador, a quem prestava contas de tudo em sua vida. As críticas contra as igrejas eram bem hostis e o movimento também se considerava a última solução de Deus para o mundo. Mais tarde, muitos de seus líderes reconheceram que estavam errados e pediram perdão, publicamente, pelos danos provocados a muita gente.
Lembro-me de que aqui no Brasil, na década de 80, surgiu um movimento promovido por várias comunidades denominado Novo Nascimento. Sua ênfase era de que a pessoa, uma vez convertida, não pecaria mais. E de novo, os testemunhos apresentados nesses movimentos eram muito parecidos com os de hoje do G 12: “Eu fui membro (ou pastor) de tal igreja, por tantos anos e não era salvo. Só depois que fiz o G 12 (ou os Encontros) é que recebi a vida eterna”. Ora, isso é negar um trabalho da graça já realizado anteriormente na vida da pessoa.
VENTOS DE DOUTRINA
O G 12 tem sido grandemente influenciado por vários líderes da Confissão Positiva (Teologia da Prosperidade) – entre eles, Kenneth Hagin. Um dos exemplos é o emprego do termo rhema. Na língua grega, há dois termos para o vocábulo “palavra”: logos e rhema. Como os pregadores da Confissão Positiva, vários líderes do G 12 (entre os quais César Castellanos e Valnice Milhomens) fazem um alarde sobre uma suposta diferença entre esses dois termos. Rhema, dizem eles, é a palavra que os crentes usam para decretar ou declarar. É o “abracadabra”. Já logos, é a palavra de revelação, mística, direta, que Deus fala aos iniciados. O termo pode referir-se também à Bíblia.
Há alguns anos, conversei com Dr. Russell Shedd sobre esse assunto e ele me disse que o apóstolo Pedro não fez distinção entre esses dois termos quando escreveu 1 Pedro 1.23-25. Por favor, veja a seguir:
v. 23: pois fostes regenerados. Não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra (logos) de Deus, a qual vive e é permanente.
v. 24: Pois toda a carne é como a erva, e toda a sua glória como a flor da erva: seca-se a erva, e cai a sua flor;
v. 25: a palavra (rhema) do Senhor, porém, permanece eternamente. Ora, esta é a palavra (rhema) que vos foi evangelizada.
O G 12 deixa muito a desejar no que se refere ao discernimento doutrinário, pois tem sido grandemente influenciado pelos ensinos anômalos de Peter Wagner e de outros na área de batalha espiritual. Peter Wagner é professor da Escola de Missões do Seminário Fuller na Califórnia, Estados Unidos. Entretanto, seus escritos sobre guerra espiritual, como também os de Rebeca Brown, são inaceitáveis à luz da Bíblia.
O G 12 não será o último vento de doutrina a invadir o arraial evangélico. Seus líderes atuais já abraçaram outros modismos no passado, e certamente abraçarão outros que virão. Por esta razão, deixamos aqui um alerta ao povo de Deus: Todo líder, igreja ou ministério que se abre para um vento de doutrina, um modismo doutrinário, ou uma aberração teológica, estará sempre aberto para a próxima onda, quando aquela já arrefeceu. Que Deus nos ajude a permanecermos constantes, firmes na Rocha!


MALDIÇÃO DE FAMÍLIA



Pr. Joaquim de Andrade
I - Introdução
Nestes dias difíceis em que a Igreja enfrenta a invasão das seitas, do ocultismo e da Nova Era, sem contar a crise de integridade, uma nova crise - de identidade -, se abate sobre o povo evangélico brasileiro.
Um dilúvio de novas teologias, fenômenos e práticas espirituais invade a comunidade evangélica, atingindo proporções tais que exigem um posicionamento definido da liderança.
O evangelho é simples, mas muitos pregadores estão ensinando outro evangelho que tem trazido divisão no corpo de Cristo - são os ensinos da Confissão Positiva, da Saúde e da Prosperidade, Espíritos Territoriais, Maldição de Família, Cura Interior e uma ênfase excessiva na Batalha Espiritual.
II - A Nova Teologia da Maldição de Família
Este ensino diz que muitos problemas que o cristão enfrenta, sem obter soluções adequadas, são devidos a uma maldição que acompanha a família pôr causa das práticas abomináveis a Deus, como a idolatria, feitiçaria ou pacto satânico, etc. Realizadas pôr algum antepassado. Portanto, é necessário descobrir dentro da árvore genealógica o antepassado que tinha o problema. Muitos sãos os textos usados para defender esta doutrina, como em: Êxodo 20:5; Levítico 26:39; Números 14:18; 23:8; Deuteronômio 30:19.
III - O significado de bênção
Seria ter um bom emprego, uma boa casa, uma saúde de ferro, um bom carro? O significado bíblico de bênção é estar em comunhão com Deus. Abençoar não é apenas dizer: “Te abençôo em nome de Jesus”- é socorrer os irmãos nas suas dificuldades. (1ª João 3:18; Tiago 2:15, 16).
IV - O significado de maldição
Dentro do ensino das maldições hereditárias, seria palavras negativas que pronunciamos contra alguém. Seria também - espíritos - que acompanham nossas famílias e objetos de nossos antepassados que temos em casa trazendo todo tipo de desgraça.
Biblicamente, poderíamos dizer que a origem de toda a maldição reside no pecado. Maldição é uma sentença que vem da desobediência a Deus (Gênesis 3:19; Romanos 5:12). Maldição é estar longe de Deus, separado do Criador (Êxodo 34:1; Deuteronômio 27 e 28; Isaías 28:7-13; 29:1-10; Jeremias 7:1-15; Malaquias 1:8-14).
V - Perguntas originadas pela doutrina 
l) Preciso desenhar uma árvore genealógica da família para resolver os problemas da minha vida?
2) Tenho que saber de que maneira determinados assuntos eram ventilados em minha família (violência, adultério, alcoolismo, prostituição, etc.)
3) Qual seria a relação entre meus problemas e os pecados dos meus antepassados?
4) Como posso quebrar uma maldição lançada sobre minha família?
5) E a oração de confissão pelos pecados dos antepassados?
6) É possível uma pessoa colocar uma maldição sobre outra?
Conclusão
Este é um ensino que escraviza. Cristãos que antes estavam vivendo uma vida de alegria e dando frutos na obra do Senhor estão agora vivendo em escravidão, pois passaram a pensar que as dificuldades que enfrentam na área emocional, nas tentações ligadas ao sexo, alcoolismo, dinheiro, depressão, doenças ou qualquer outra situação adversa, são resultado dos pecados dos antepassados que hoje, estão afetando sua vida. Ora, estes problemas, enfrentados pelo cristão, têm a ver com o fruto do Espírito e santificação e não com os pecados dos antepassados.
O que se atribui a espíritos de alcoolismo, prostituição, homossexualismo, etc., na verdade, segundo a Bíblia, são apenas obras da carne (Gálatas 5:19-21). É possível vencê-los pôr meio da vida no Espírito (Gálatas 5:16; 1ª Coríntios 6:9-11).
Cristo se fez maldição pôr nós e os efeitos espirituais da rebelião e ódio contra Deus foram totalmente quebrados (João 8:32,36; Romanos 8:33-39; 1ª João 2:1, 2; 3:8), e o sangue de Jesus é suficiente para libertação total. Não temos que quebrar mais nenhuma maldição. (Hebreus 7:25; 1ª João 1:7, 9; Apocalipse 1:5).


CURA INTERIOR



1. HISTÓRICO
A “vida abundante” que Jesus ofereceu aos seus seguidores tem sido o objetivo dos mais dedicados cristãos em todas as épocas. Esta prometida abundância tem sido usualmente entendida como harmonia interna e liberdade espiritual, mais do que abundância material - por razões óbvias. A busca por tal liberdade interior tem aparecido sob os mais diversos nomes. Dos tempos romanos à idade média, ela foi buscada em ambientes contemplativos e monásticos - desde o “hesichasm”* dos padres do deserto até os monastérios Beneditinos, os quais existem ainda hoje. Após a Reforma, ela foi buscada em movimentos não-conformistas, tais como o Puritanismo, o Quackerismo, o “Pictism ou Pietism” e Metodismo. O puritano Jeremias Burrough escreveu um tratado intitulado “A jóia rara do contentamento cristão”, um título que ilustra ambos, a comparativa raridade da busca e do seu alcance. A ênfase Wesleyana (Metodista) num segundo trabalho distinto da graça na vida do crente, se tornou uma das pedras fundamentais para a teologia da “vida profunda” que emergiu da renovação evangélica do “Grande Avivamento”. Os escritos de Finney, entre outros, revelaram que o Batismo no Espírito Santo se tornou um fator-chave na sua busca por vida abundante. Esta ênfase no “Evangelho Pleno”, que veio a ser conhecida como Pentecostalismo-Sagrado lançou muitas das bases para a atual renovação carismática. É dentro deste movimento contemporâneo amplo que os conceitos de “cura interior”ou “cura das memórias” emergem de forma distinta.
2. O QUE É CURA INTERIOR?
O fenômeno conhecido como cura interior tem dois objetivos. O seu objetivo primário e espiritual é estender o senhorio e poder de cura de Cristo ao nosso passado, afetando mesmo a nossa experiência antes da conversão. O objetivo secundário e psicológico é portanto nos libertar de qualquer cativeiro emocional e psicológico que a nossa experiência passada possa ter produzido. Os teóricos da cura interior defendem que os bloqueios emocionais e os padrões habituais de comportamento (com os seus frutos negativos de frustração, derrota e fraca auto-imagem) nos impedem de atingir a vida abundante que Jesus prometeu. Portanto, eles concluem que, um esforço especial deve ser feito para curar estas feridas interiores, de forma que possamos ser libertos das diversas coisas que podem constringir e empobrecer as nossas vidas. Em resumo, o objetivo geral da cura interior pode ser descrito como uma espécie de “santificação retroativa”.
O propósito geral do movimento de cura interior é claramente de natureza pastoral. Desta forma, ele defende que a “cura das memórias” normalmente ocorra num aconselhamento de base individual, ou em pequenos grupos. Considera-se essencial que os dons do Espírito estejam em operação, particularmente os dons de discernimento e cura. Ao indivíduo que está buscando sua cura será pedido que reviva seu passado através da imaginação. Isto geralmente envolve um “retorno” ao ponto-problema - um encontro traumático ou assustador que moldou a auto-imagem e o comportamento da pessoa e também porque este ponto se alojou em camadas profundas de sua psique. À medida em que o “paciente” imaginativamente recria o ponto-problema, com toda sua intensidade emocional, eles dizem ao paciente para imaginar que Jesus está lá (naquela situação). Presume-se que a presença imaginativa de Jesus traga Seu amor e poder de cura para relacionamentos perturbados com os pais e companheiros, os quais são muito poderosos para que o indivíduo dê conta dos mesmos sozinho.
O que devemos fazer com estes fundamentos, teorias e técnicas que os acompanham? Na verdade, o que devemos fazer com os “ministros da cura interior”? A época em que vivemos, com sua orientação voltada para o experiencial, tende a gerar um entusiasmo desqualificado por experiências de cura interior dentro de alguns setores da comunidade cristã. Infelizmente, esta mesma tendência tem efeito oposto em outros cristãos, que vêem como muito suspeitas tais experiências e a fascinação acrítica despertada por elas. Na maioria dos casos, não existe uma única resposta simples. A época em que vivemos é caracterizada pela crescente complexidade da vida em todos os níveis - econômico, material, moral e intelectual. À medida em que novas e antigas idéias se proliferam, elas influenciam o pensamento cristão de várias formas. Algumas têm mais validade que outras; muitas são completamente inaceitáveis. Nós devemos estar preparados para encarar conceitos não-familiares e pacientemente e em oração desvendar tanto as suas fontes bem como a suas implicações. Este processo pode ser frustrante e cansativo, mas sua necessidade é cada vez mais crescente. Dentro disto, nós podemos comentar que a cura interior é um fenômeno complexo e altamente variável. Não é possível nem endossá-la, nem condená-la cegamente. É possível, entretanto, identificar e avaliar aqueles elementos que influenciam as teorias e as terapias dos que praticam a cura interior.
3. REDIMINDO A PESSOA INTEGRAL
A queda da humanidade (Gn.3) introduziu o princípio da morte e decadência em todos os níveis da existência humana. O veneno do pecado perpassa cada poro do nosso ser. Em seu sofrimento e ressurreição, Cristo venceu a morte - não somente fisicamente, mas de todas as formas em que somos afetados por ela. Nossa vida interior é uma parte crítica de nossa identidade pessoal, e portanto a necessidade para a cura das emoções e memórias sempre fez parte da nossa condição humana. O ensinamento e ministério de Jesus reconheceram implicitamente esta necessidade, bem como o fez o alcance da igreja primitiva. Jesus mesmo falou freqüentemente sobre “o coração” (isto é, “a sede oculta da vida emocional”) como fonte de pensamento e ação. Ele também citou a profecia messiânica de Isaías 61, declarando seu propósito de “restaurar o coração partido” (Lc. 4:18). O apóstolo Paulo falou repetidamente sobre a renovação da mente no Espírito Santo (Rm. 12:2; Ef. 4:23).
O encontro na estrada de Emaús (Lc. 24) pode ser visto (entre outras coisas) como uma forma de “cura das memórias”. O Cristo ressurreto encontrou dois de seus desapontados discípulos e começou a conversar com eles, colocando suas recentes memórias de falha e frustração, sob uma nova e positiva luz. À medida em que lhes expunha as Escrituras, Jesus reinterpretou lembranças negativas e mudou-as completamente, de forma que elas se tornaram fundamentalmente significativas - uma fonte de poder e esperança. De uma forma muito concreta e prática, nós podemos dizer que Cristo estava curando as suas memórias. Se nós tomarmos este incidente como um protótipo para o exercício válido desta forma de ministério, vários critérios podem ser vistos. Se esta forma de cura tem sustentação bíblica, ela não se referirá primariamente às cicatrizes emocionais e traumas psicológicos da infância. Muito mais, ela tomará uma perspectiva mais ampla, lidando radicalmente com todas as forças da ansiedade, medo e incredulidade que produzem pensamento e comportamento anti-bíblico. O ponto central da cura interior nesta perspectiva mais ampla é a morte sacrificial de Jesus e sua vitória através da ressurreição sobre o pecado e a morte, exatamente como aconteceu na estrada de Emaús. Deste ponto-de-vista, a cura interior é muito menos um fim em si mesma e muito mais um passo preliminar que capacita o cristão a conseguir a libertação (Gl. 5:1) e a maturidade espiritual, deixando de lado a forma egoísta e infantil de viver (I Co. 13:11-12).
Os discípulos, apóstolos e crentes do primeiro século conheciam o Cristo crucificado e ressurreto como Senhor de toda a história - cósmica (Cl. 1:15-23), racial (Ef. 2:11-20) e pessoal (Hb. 9:14). À medida em que eles seguiam Seu exemplo e a promessa de Sua eterna presença, eles eram libertos (e libertavam outros) do pecado, da doença física e psicológica e dos problemas emocionais, bem como do medo da morte e da falta de esperança que ela produz. Foi-lhes dada radicalmente uma nova base para a auto-estima, a qual não está baseada na mentira, ira ou outras formas de auto-afirmação. Esta nova base desafiou tanto a religião farisaica como sensualidade desenfreada.
A cruz de Jesus Cristo não somente se volta para as demandas do Judaísmo formal, mas também para a consciência tirânica - nosso superego como feitor ou falsa culpa - o qual é um dos aspectos mais desagradáveis da nossa criança interior (I Jo. 3:20). Os primeiros cristãos apropriaram-se das implicações subjetivas da morte/ressurreição de Jesus sem abandonar seu significado histórico e ético. Após sua conversão, o próprio Paulo parecia notadamente liberto de efeitos constritores que sua religião pudesse causar. A partir desta recém-adquirida visão ele foi capaz de olhar objetivamente para seu passado e ver a obra providencial de Deus (Gl. 1:13-17; At. 6:1-24).
4. A PSICOLOGIA DA PESSOA INTEGRAL
Existe comunhão entre psicologia e o Cristianismo? Esta questão, em seu sentido mais amplo, escapa do objetivo deste artigo. Entretanto, o assunto é pertinente, desde que muito da “cura interior” está baseada em visão secular de como a nossa personalidade é formada e influenciada.
Em alguns casos, conceitos de psicologia secular são claramente fundamentados na visão de humanidade da Bíblia. Muitos cristãos estão tentando restaurar o conceito bíblico de homem enquanto um ser global integrado mais do que como uma coleção de compartimentos. Tal entendimento auxilia a lançar luz sobre as interrelações ocultas das funções espiritual, mental, emocional e física do homem. Ironicamente, esta abordagem global se conflita com a dicotomia dualística corpo/mente da filosofia grega a qual fundamenta muito do pensamento cristão nominal. Pode-se também admitir que mesmo as conclusões negativas e potencialmente desumanizantes da psicologia sobre a natureza humana têm, pelo menos, dado nova profundidade de significado à noção de Paulo de “velho homem” e ao conceito de atos de justiça .
Sabe-se que a mente nunca esquece uma experiência, mas arquiva-a na memória. Se uma experiência é suficientemente desagradável, assustadora, terrível, etc., sua memória será reprimida, embora não perdida. A acumulação destas memórias reprimidas podem ter uma influência deformadora e constritiva no desenvolvimento do caráter e personalidade. Pode também ter um efeito de dificultar a capacidade de se relacionar com Deus, com os outros e consigo mesmo (portanto, sabotando a tentativa da pessoa em cumprir os dois primeiros mandamentos). O fruto destas cicatrizes emocionais e memórias reprimidas é percebido através de uma vasta gama de sintomas: depressão crônica, perfeccionismo neurótico, uma inabilidade de se entregar completamente a Deus ou uma incapacidade de aceitar o amor de Cristo que perdoa e redime. John Bunyan descreveu precisamente muitas destas condições miseráveis em seu “Graça abundante para o chefe dos pecadores”.
Muitos elementos da psicologia secular, entretanto, são mais ambíguos; alguns são frontalmente contrários ao pensamento bíblico. Sigmund Freud é a maior fonte de tendência a se enfatizar o trauma infantil. Carl Jung foi seu aluno e colega que se envolveu superficialmente com ocultismo. Sua abordagem sistemática à compreensão da natureza da mente inconsciente se tornou influente nos anos 60 e 70. Muito dos conceitos de Jung têm sido empregados num modelo “carismático” por pessoas como John Sanford e Morton Kelsey. Portanto, Freud e Jung (para não mencionar outros) indiretamente ajudaram a delinear muitas das pressuposições do movimento de cura interior. Além do mais, algumas das técnicas utilizadas para resgatar memórias têm sido tomadas de empréstimos de terapias seculares.
5. ALGUNS PARÂMETROS PARA O DISCERNIMENTO
À medida em que consideramos estes fundamentos, teorias e técnicas, e tentamos pesar suas implicações, nós devemos ter me mente alguns fatores críticos. A cura do “interior do homem” é uma premissa biblicamente demonstrável. Por esta razão, nós precisamos abordar alguma idéias e métodos sobre cura interior com cautela. A admoestação de Jesus a seus discípulos de que fossem “prudentes como as serpentes e símplices como as pombas” (Mt. 10:16) nos colocará numa posição bem firme para que sejamos capazes de identificar as influências sub-cristãs sem sermos influenciadas por elas.
A ênfase exagerada numa certa técnica na vida espiritual facilmente se torna uma tentativa de manipulação psíquica, um esforço de produzir uma experiência ou um encontro com Deus. Não há nada de intrinsecamente errado em se utilizar a imaginação na oração, mas a dependência de invocação imaginativa de imagens religiosas pode se tornar insana. O uso do termo “visualização de fé” não batiza semanticamente tais práticas. Os produtos da imaginação podem também ser convenientemente trazidos para o campo do desejo e do ego, enquanto que o Cristo vivo não pode. Uma ênfase extremada na confissão verbalizada pelo crente no movimento da “palavra da fé” é outro ensino aberrante o qual, sutilmente, se torna uma espécie de ocultismo. Nestas formas exageradas, a visualização da fé cria um “video-interior de Jesus”, o qual pode ser manipulado para quase qualquer sentido.
Da mesma forma, devemos estar atentos para os modelos psicológicos que se baseiam em visões anti-bíblicas da natureza humana. É também necessário identificar e rejeitar tecnologias terapêuticas que são utilizadas para sustentar tais modelos. Alguns praticantes de cura interior, infelizmente, não somente têm adotado um sub-modelo da natureza humana; eles têm permitido que os próprios modelos se tornem parâmetros de interpretação da Bíblia. Tais práticas se situam entre a aberração e a apostasia.
Como já dissemos, existem ligações demonstráveis entre tais técnicas como a “visualização da fé” ou a “confissão positiva” e algumas formas de pensamento do ocultismo e da Nova Era. Os esforços de se voltar para o interior para encontrar a globalidade, pode levar-nos à “dimensão divina interna” do misticismo Neoplatônico ou aos “arquétipos” do inconsciente coletivo de Jung. Em ambos os casos, bem como num grande número de casos similares, o sujeito que busca termina ofuscado por um subjetivismo, o qual é racionalizado com termos originários da metafísica oriental e da psicologia humanística.
Neste ponto, uma mudança da verdade bíblica para especulações humanas se torna base para uma séria confusão sobre a natureza da cura e, mais importante, sobre a natureza do praticante da cura. Neste novo papel, Jesus, o Messias, se torna em parte o terapeuta primal e em parte um xamã primevo. Nesta situação, uma tentativa de se fazer uma avaliação racional ou bíblica é negativamente rotulada como um “falta de fé”, “apagar o Espírito” ou “bloquear o fluxo”; pode mesmo ser desprezada como uma “viseira”. (Por exemplo, leia sobre a terapia primal em “Psychobabble” - balbucio psicológico, de R.D. Rosen. Procedimentos primais, incidentalmente, têm uma marcada afinidade com alguns aspectos da cura interior.)
6. UMA QUESTÃO DE PRIORIDADES
É razoável assumir que os problemas psicológicos e emocionais a que a igreja primitiva se referia eram tão complexos como os de hoje. Nós também vamos assumir que as soluções que ela aplicava são tão funcionais para hoje como eram no primeiro século. Não havia nenhuma necessidade de se renunciar à visão escriturística da condição humana ou de Jesus Cristo, a fim de fazerem estas soluções funcionarem. A imposição de mãos, a unção com óleo, a confissão mútua e a meditação direcionada eram alguns dos métodos empregados para produzir ambos, a cura interna e a cura externa. Os apóstolos foram estranhamente silenciosos, entretanto, sobre qualquer necessidade de reviver experiências relacionadas com a infância, ou sobre a prática de esfaquear o pai na imaginação, como alguns praticantes de cura interior têm aconselhado aos seus clientes.
Com certeza, há abundantes benefícios psicológicos em se colocar Jesus como o centro radical de nossas vidas e afetos - mesmo acima e além de nossos laços familiares. Nós também somos chamados, entretanto, a meditar sobre coisas que estão acima e, de alguma forma é bom que se diga, que não estão nutrindo ressentimentos ou usando a nossa liberdade como desculpa para o mal (Ef. 4:26; I Pe. 2:16; Gl. 5:1). Existe uma considerável distância entre confessar a presença de um desejo negativo e dramaticamente realizá-lo - mesmo que na fantasia.
Nós devemos evitar confundir o sagrado com a saúde. A cura da psique e emoções pode ser uma importante parte do nosso crescimento em direção à “godliness” (? espiritualidade). Entretanto, ela não deve ser superestimada em detrimento de outros aspectos da santidade, nem deve se tornar um substituto deles . Nós devemos nos guardar da idéia de que os cristãos estão isentos de toda sorte de enfermidades, doenças e tentações e que, qualquer ocorrência deste tipo seja um “commentary” (?ponto negativo) em nossa condição espiritual. Por outro lado, é importante não perder de vista as variadas maneiras pelas quais Deus provê libertação de coisas que nos impediriam viver plenamente em Cristo.
7. AS MARCAS DA INTEGRIDADE ESPIRITUAL
Cura espiritual pode ser considerada como tendo base bíblica. Se assim for, ela deve ser reconhecida como uma parte integral de nossa vida cristã. Três principais pontos nos ajudarão a discernir a consonância bíblica de cada forma em particular, de cura interior. Todos os três pontos são vitais para um entendimento equilibrado e seria desaconselhável isolar ou superestimar qualquer um destes elementos.
Primeiro: A cura espiritual deve tocar o problema na sua fonte. O indivíduo deve ser liberto da prisão de uma memória em particular e do falso significado atribuído a ela. As feridas emocionais causadas pelo incidente que forçou a repressão de sua memória deve ser curada. Paulo fala de Deus como o Pai da compaixão (I Co. 1:3-4) e também enfatiza que a provisão do sangue de Cristo é um aspecto da Sua perfeita sabedoria (Ef. 1:7-8). De fato, é a “contínua aspersão do Seu sangue” que guarda o coração e a consciência das “palavras mortas” (Hb. 9:14; 10:22) e nos liberta do cativeiro emocional destas palavras a fim de que possamos servir ao Deus vivo.
Segundo: A cura interior deve quebrar padrões de respostas habituais e comportamentos que foram gerados em reação a um trauma inicial. A pessoa que está sendo curada deve cooperar ativamente neste processo, ao invés de reagir passivamente à instruções e manipulações do que ministra a cura interior. Toda redenção envolve o fazer escolhas e o exercício da nossa vontade. Uma vez que fomos convocados ao arrependimento e renovação, somos também chamados a abandonar velhas formas de responder às pessoas e circunstâncias (Cl. 3:12-17; I Pe 2:1-3). Nós devemos portanto aprender novas atitudes e formas de lidar com estas situações (Ef. 4:22-24; I Pe. 1:5-9).
Terceiro: A cura interior deve produzir mudanças pessoais que sejam compatíveis com a revelação das Escrituras, do nosso novo ego (eu) em Cristo. Isto deve estar combinado com uma ênfase na confiança do que Deus nos diz sobre nós mesmos, mais do que nossos sentimentos podem dizer. A postura bíblica sobre a nossa natureza é, com certeza, uma avaliação verdadeira e mais confiável do que a feita por nossos medos, iras e memórias, sem mencionar as acusações do Adversário (Rm. 8:1-2). A cura interior deve nos ajudar a sermos reeducados (através da palavra de Deus) acerca de quem somos em Cristo. Uma vez que entendemos como Deus nos vê, bem como a provisão que Ele fez para o nosso crescimento, nós começaremos a desenvolver uma auto-estima que corresponde precisamente à nossa confiança na justiça de Cristo, mais do que em nossa própria (Rm. 12:3).
Nós não temos que abandonar o ponto-de-vista bíblico ou o compromisso com o senhorio de Cristo a fim de podermos nos beneficiar da cura interior. De fato, se tal necessidade for expressa ou se está implícita, é aconselhável reconsiderar a validade dos fundamentos que têm sido colocados. “Não siga nenhum homem que ande à frente de Cristo”, aconselhava o Puritano John Flavel. Suas palavras são tão pertinentes hoje como o eram no século 17.
Jesus mesmo reconheceu o dilema fundamental da humanidade, bem como suas secundárias implicações emocionais e psicológicas. Ele reconheceu o problema de se atingir auto-valia (auto-estima) diante em ambiente hostil e uma consciência igualmente hostil que foi imperfeitamente moldada por influências imperfeitas durante os anos de formação da pessoa. A consciência ainda não-redimida se torna um entrave na condição psicológica, o qual inevitavelmente produz sua própria dissolução (Rm. 8:6). Jesus sugeriu ao homem que a vida entregue a Ele e o fato de seguirmos seu exemplo - mesmo a sua morte como mártir - é uma carga mais fácil de ser suportada do que se lutarmos com as nossas próprias forças. (Mt. 11:28-30) (???? Júnia pergunta: mártir ou vicário? Ele deu sua vida ou foi morto, foi pego?)
ESPIRÍTOS TERRITORIAIS


A Primeira batalha espiritual grandemente divulgada de Larry Lea em Candlestick Park, em 1990, teve como um de seus objetivos a expulsão dos “espíritos territoriais” de San Francisco. Além da crença de que são dadas responsabilidades a demônios específicos para que estes oprimam indivíduos, a doutrina dos “espíritos territoriais” defende que há também demônios sobre áreas geográficas, assim como sobre grupos nacionais, étnicos ou tribais, religiosos e até de gerações. De acordo com este ponto de vista é necessário que os cristãos identifiquem estes espíritos e os expulsem.
A aceitação desta doutrina pode ter um profundo efeito sobre as estratégias e técnicas evangelísticas de um ministro. Larry Lea investiu milhões de dólares nesta crença, e há muitos outros exemplos que podem ser citados. Evangélicos brasileiros realizaram um movimento nacional e apresentaram uma petição ao presidente Fernando Collor para abolir um feriado de homenagem nacional a uma estátua religiosa, dizendo que sua nação está sob maldição por causa da idolatria institucionalizada ao demônio por trás do ídolo. Em um livro brasileiro sobre batalha espiritual, Gilbert Pickering escreveu a respeito de um encontro pessoal com um demônio que oprimia uma tribo de índios amazonenses, de como a sua vitória sobre esse espírito o levou a evangelizá-los com sucesso (este não é um episódio incomum entre missionários com índios). Um irmão, perito em evangelização de adeptos de um religião não cristã, apresentou um relato detalhado de como ele crê que os rituais desta crença se originaram da experiência ocultista do seu fundador com um poderoso demônio. A sua opinião é que o demônio usou estes rituais para agrilhoar seus adeptos em trevas espirituais. Um homem cristão (que venceu a tentação) em uma ocasião sentiu um tremendo desejo lascivo para com uma criancinha, sem razão aparente. Ele depois descobriu que seu bisavô era um voraz molestador de crianças, que abusou de suas próprias netas. Ele renunciou ao pecado de seus ancestrais em um culto de oração concebido para quebrar as maldições de geração. Frank Perretti dramatizou uma cena onde um escorregadio demônio de luxuria acompanhava uma mulher sedutora que tentava sem sucesso arruinar a moral de um pastor dedicado.
Meu primeiro contato com a idéia de espíritos territoriais ocorreu dez anos antes do encontro com Larry Lea, quando alguns cristãos bem-intencionados convocaram uma reunião semanal de oração para “amarrar” Satanás na área da Baía de San Francisco e trazer a santidade à vida pública através da “batalha espiritual”. Fiquei impressionado com sua preocupação com o crescimento da influência não cristã sobre a região. Buscavam estabelecer a piedade no sistema educacional, na política regional e na mídia, e destronar o espírito de homossexualismo de seu principal centro, San Francisco. Estava feliz por aceitar o convite de participar, mas quando saí da reunião estava perplexo. Havia presumido que seria uma reunião para oração intercessora, mas ao invés a hora foi gasta em repreender Satanás em todas as regiões celestiais superiores por se dirigir diretamente a ele e o “amarrar” verbalmente. O pensamento me assaltou: “Este grupo passa mais tempo falando com Satanás que com Deus”. Desde então, este estilo de batalha espiritual tem proliferado, enquanto o sistema educacional, a política regional, a mídia e principalmente o movimento homossexual têm se afastado mais dos objetivos deste tipo de reunião de oração.
A batalha não é vossa, mas de Deus
Há realmente um demônio de homossexualismo sobre San Francisco? Um espírito de abuso sexual vitima sucessivas gerações de uma linhagem familiar? Há um demônio especifico de adultério em mulherengos ou um espírito demoníaco do álcool nos alcoólatras?
A Bíblia chama a embriaguez e a imoralidade sexual de “obras da carne”, em Gálatas 5.19-21. Colossenses 3.1-10 nos instrui: “despojai-vos” das coisas que são parte do corrupto “velho homem”, que foi crucificado com Cristo. Nunca somos ensinados a lidar com esses comportamentos exorcizando o “espírito de luxúria” ou o “espírito do álcool”. 
De fato, Jesus realmente atribuiu o motivo homicida de seus oponentes à sua associação com seu ‘pai, o diabo’(Jo 8.44). João também escreveu sobre ‘Caim, que era do iníquo e assassinou a seu irmão’( I Jo 3.12). Paulo escreveu a Timóteo que aqueles que se opõem aos servos do Senhor estão nos “laços do diabo, tendo sido feitos cativos por ele, para cumprirem a sua vontade” — 2Tm 2.26. Certamente há, então, influência demoníaca quando alguém escolhe pecar, e se uma pessoa repetidamente escolhe pecar ela torna-se escrava do diabo. Mas isso não é o mesmo que admitir que determinados comportamentos são obras de certos espíritos, ou que aqueles comportamentos são eliminados por repreender tais espíritos. Tornamo-nos escravos do pecado por escolher pecar, e nos tornamos livres do pecado quando — pela graça de Deus — escolhermos obedecer a Deus. Portanto, “o diabo me fez agir assim” não é desculpa para o pecado.
Que dizer da atuação de forma organizada sobre regiões, nações, cidades, grupos étnicos e gerações de famílias? Em primeiro lugar, devemos reconhecer que há, de fato, alguma evidência bíblica a favor de espíritos territoriais. Jesus chamou Satanás de “o príncipe de mundo” (Jo 12.31), enquanto Paulo o denominou “o príncipe da potestade do ar” (Ef 2.2) e “o deus deste século” (2 Co 4.4). Ele é “o sedutor de todo o mundo”, juntamente com seus anjos (Ap 12.9).
Um forte argumento para a crença numa atuação regional de demônios pode ser encontrado no atraso de três semanas do mensageiro angelical a Daniel, que sofreu a oposição do “príncipe da Pérsia” (Daniel 10.12-13). Isso é entendido por muitos eruditos como referindo-se a um príncipe espiritual sobre a nação, raça e terra persa. As duas referências clássicas ao domínio satânico sobre nações terrestres são aquelas atribuídas a Satã quando Isaías e Ezequiel estão se dirigindo aos reis de Babilônia e Tiro (Is 14.12-14; Ez 28.12-16). Um caso interessante de designação diabólica a uma determinada localização geográfica é o da “Legião” (Mc 5.1-20) suplicando a Jesus para não enviá-los para fora da região. O Senhor glorificado chamou Pérgamo de “onde está o trono de Satanás” (Ap 2.13). Jesus também falou sobre a vida religiosa de Esmirna, identificando-a com a sinagoga de Satanás (Ap 2.9-10).
As interpretações destas passagens podem variar entre cristãos sinceros, mas uma coisa é certa; a crença em espíritos territoriais não de deve ser considerada aberrante, como é, por exemplo, o evangelho da saúde e da prosperidade. O assunto nunca deve tornar-se um ponto de divisão entre irmãos em Cristo.
Mas que dizer dos espíritos de geração? Há cinco referências explicitas no Antigo Testamento que prometem que Deus visitará os pecados dos pais nos filhos com punição (Lv 26.39, Jr 32.18), até à quarta geração (Ex 20.5; 34.7; Nm 14.18). Em resultado do pecado de seu pai Cão, os descendentes de Canaã foram amaldiçoados por Noé, e Jacó temeu uma maldição de Isaque sobre a sua linhagem familiar (Gn 9.25; 27.12). Para apoiar a doutrina dos espíritos de geração é preciso inferir que a visitação da punição e o cumprimento da maldição consiste na presença demoníaca visitada aberrante, mas de fato requer um desvio de interpretação. Pode existir alguma evidência no fato de que após a maldição de Samuel ”um espírito maligno” ( 1 Sm 18.10) atormentou Saul. Mas este texto não constitui um argumento conclusivo para a crença de um demônio designado a uma geração amaldiçoada.
Uma instância em que os proponentes desta doutrina se afastam das Escrituras de modo definitivo é a pratica de tentar expulsar estes espíritos. A Bíblia realmente mostra Jesus e Paulo repreendendo verbalmente demônios que possuíam indivíduos fisicamente. Cada um destes foi libertado e, da mesma maneira que o gadareno, ficou “em perfeito juízo”, visto que o materialismo, a imoralidade e a irreverência são o comportamento comum.
Vosso adversário anda em derredor, como leão que ruge...
Amarrar verbalmente o inimigo é também usado para atacar os malfeitores espirituais invisíveis do mundo das trevas. Sei de um pastor que abre cada culto dizendo: “Satanás, eu te amarro para que você não impeça esta reunião em nome de Jesus”. Um irmão em Cristo com boas intenções é sutilmente desencaminhado quando a primeira pessoa a quem se fala num culto de adoração a Deus é Satanás.
Este “amarrar” está baseado em textos que jamais foram entendidos como se aplicando a uma fórmula de repreensão verbal. Apesar de Jesus realmente ter dito que o homem forte deve ser amarrado, em Mateus 12.29, isso se dá pela aproximação do poderoso reino de Deus. Esta metáfora de modo algum instrui os crentes a mudar o mundo através de repreensão verbal.
Em Mateus 16.19 e 18.18 Jesus fala que crentes tem uma autoridade para amarrar que afeta os céus e a terra. Em 18.19 a disciplina da igreja ( que se refere aos que professam ser cristãos) é o sujeito da amarrar e do desatar, e não a batalha espiritual ( que se refere ao domínio demoníaco). No versículo 20 isto se realiza pela oração a Deus, não pelo falar com Satã.
[...] resisti-lhe firmes na fé.
O Senhor realmente afirmou, todavia, que há um conflito de reinos (Mt 12.22-30). Paulo instruiu a igreja em Éfeso sobre a batalha espiritual, contra as maquinações da hierarquia das trevas celestes composta do “diabo”, “principados”, dominadores deste mundo tenebroso” e “forças espirituais do mal” (Ef 6.12). (Talvez espíritos territoriais estejam incluídos nesta lista).
Para travar esta guerra, Paulo diz aos crentes para “ficar firmes” contra eles no poder de Deus, usando Sua armadura. As armas que ele alista para a batalha são: honestidade, justiça, testemunho, segurança da salvação, fé em Deus e domínio das Escrituras. Mas, espere!!!! Isso não é simplesmente a vida de obediência cristã? Onde está o encantamento místico - o contato direto com o sobrenatural? Pareceria que os cristãos que vivem efetivamente sua fé atacam a opressão satânica da sociedade com uma investida violenta, o que a mera repreensão verbal não consegue.
Após descrever a armadura espiritual do cristão, Paulo enfatiza a importância da oração. ë instrutivo examinar a natureza dessa oração. Ele primeiro insta: “com toda oração e súplica, orando em todo no Espírito” (Ef 6.18). A vitória sobre uma hierarquia demoníaca envolve persistência em falar come Deus. Então Paulo continua instando a que se ore “por todos os santos”. Ao orar uns pelos outros, os cristãos combatem os demônios. Nos próximos dois versos, ele pede duas que se ore por ele mesmo, como missionário. A oração dá poder à pregação do evangelho.
Talvez seja exatamente isso o que ocorreu em Northampton, Massachusetts, onde um monumento assevera que lá Jonathan Edwards encontrou o diabo e o venceu. Na Irlanda, Patrício encontrou as feiticeiras druidas, e os celtas reconheceram o poder de Deus como superior. A História relata que após esses dois eventos multidões voltaram-se para Jesus Cristo. Estes homens dedicavam tempo considerável a Deus, mas nunca vi qualquer registro de que eles falavam com o diabo. Tanto bíblica quanto historicamente, então, as batalhas espirituais são vencidas por viver para Deus e falar com Ele na mais diligente intercessão, ao invés de falar com Satanás.







DUAS MENSAGENS DA PARTE DE DEUS 21 e 23 -10-12